quarta-feira, 22 de julho de 2015



Compaixão em Família

"Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente dos da sua família, negou a fé...”.
Paulo. {I Timóteo, 5:8.}


São muitos assim,
Descarregam primorosa mensagem nas assembleias, exortando o povo à compaixão; bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada; Entretanto, no instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.
Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não gravam a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.
Promovem subscrições de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades ocorridas em outros continentes, transformando-se em titulares da grande benemerência; contudo, negam simples olhar de carinho ao servidor que lhes pões a mesa.
Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico, no levantamento de albergues e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome; entretanto, não hesitam exportar, no rumo do asilo, o avô menos feliz que a provação expões à caducidade.
Não seremos nós quem lhes vá censurar semelhante procedimento.
Toda migalha de amor está registrada na lei, em favor de quem a emite.
Mais vale fazer bem aos que vivem longe, que não fazer bem algum.
Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos igualmente bons para com aqueles que respiram em nosso hálito. Devedores de muitos séculos temos em casa, no trabalho, no caminho, no ideal ou na parentela, as nossas principais testemunhas de quitação.

Emmanuel - Livro "Luz no Lar"- Francisco Cândido Xavier




quarta-feira, 8 de julho de 2015


Respeito pelos outros

Todos somos naturalmente egocêntricos, pois o egocentrismo é a base da individualidade e, consequentemente, da personalidade. A pessoa humana é um ego conscientemente definido. E é necessário que seja assim, pois do contrário não seríamos um ser, uma consciência estruturada e capaz de agir. Mas o egoísmo é uma deformação do egocentrismo, uma doença do ego. Essa doença se manifesta por vários sintomas bem conhecidos: a arrogância, a avareza, o comodismo, a ganância e, sobretudo a falta de respeito pelos outros.
A facilidade com que interferimos na vida alheia, com que xingamos, insultamos, caluniamos, julgamos os outros – é o maior flagelo que assola o mundo. Essa falta de respeito pelos outros é o fruto espinhento do egoísmo que gera os conflitos no lar, na sociedade, nas nações e na vida internacional.
Os espíritas, incumbidos da missão de restabelecer o cristianismo na Terra, são os que mais necessitam de compreender esse problema. O primeiro dever dos espíritas, no tocante ao respeito pelo próximo, refere-se à própria doutrina que nos foi dada pelos espíritos superiores através do trabalho missionário de Allan Kardec. No entanto, a todo o momento vemos espíritas que pretendem, sem o mínimo de conhecimento doutrinário exigível, reformar a doutrina e superara Kardec.
No item 4 do capítulo XX de O evangelho segundo o espiritismo temos a bela mensagem de Erasto, discípulo do apóstolo Paulo, intitulada “Missão dos espíritas”, que devia ser lida e comentada constantemente nas reuniões doutrinárias. Erasto nos adverte: “Cuidado, que entre os chamados para o espiritismo muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho – e buscai a verdade!”
Emmanuel, em sua mensagem, nos conclama ao amor e ao respeito mútuos, segundo “as leis do bem que Jesus nos legou”. Amor e respeito não querem dizer anulação do discernimento e da personalidade, querem dizer compreensão. Precisamos amar, compreender e respeitar os outros, mas sempre nos lembrando do respeito que devemos ao Espírito da Verdade e à doutrina que ele nos legou.

Irmão Saulo